Central do Brasil
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Título Original: Central do Brasil; Gênero: Drama; Direção: Walter Salles
Elenco: Fernanda Montenegro, Vinícius de Oliveira, Soia Lira, Othon Bastos; Tempo: 112 min.
Elenco: Fernanda Montenegro, Vinícius de Oliveira, Soia Lira, Othon Bastos; Tempo: 112 min.
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Dora (Fernanda Montenegro) escreve cartas para analfabetos na Central do Brasil. Nos relatos que ela ouve e transcreve, surge um Brasil desconhecido e fascinante, um verdadeiro panorama da população migrante, que tenta manter os laços com os parentes e o passado.
Uma das clientes de Dora é Ana, que vem escrever uma carta com seu filho, Josué (Vinícius de Oliveira), um garoto de nove anos, que sonha encontrar o pai que nunca conheceu. Na saída da estação, Ana é atropelada e Josué fica abandonado. Mesmo a contragosto, Dora acaba acolhendo o menino e envolvendo-se com ele. Termina por levar Josué para o interior do nordeste, à procura do pai.
À medida que vão entrando país adentro, estes dois personagens, tão diferentes, vão se aproximando... Começa então uma viagem fascinante ao coração do Brasil, à procura do pai desaparecido, e uma viagem profundamente emotiva ao coração de cada um dos personagens do filme
"Central do Brasil" começa na maior estação de trens do Rio de Janeiro para, num segundo movimento, ganhar a estrada em direção ao nordeste - uma viajem iniciática que se desloca pouco a pouco para o centro do país.
A primeira parte do filme, urbana, foi pensada para transmitir uma sensação de claustrofobia. Os rostos dos depoimentos são vistos em tele. Atrás deles o fluxo de pessoas na Central é contínuo, desumanizado, artérias da estação. As locações exteriores (prédio e casa de Dora, de Irene e de Yolanda) são uma extensão deste mesmo universo, dando uma sensação de "huis clos" ao início do filme. É como se não houvesse possibilidade para Dora de escapar deste círculo vicioso, ou como se Josué não pudesse sobreviver a ele. Rimas visuais (vagão de trem/corredor de prédio de Dora e exterior de trem/prédio de Yolanda) reforçam esta impressão. Não há horizonte neste mundo, não há céu, apenas a presença constante do concreto.
Um certo monocromatismo (declinação de tons ocres, beges, cinzas ou marrons) marca esta parte de "Central do Brasil". À medida que o filme toma a estrada, as lentes se tornam paulatinamente mais abertas, a imagem respira, ganha horizonte e novas cores. É como se uma nova geografia invadisse o mundo até então monocromático da Central. A transição entre um universo e outro é ajudada pelos tons ocres da terra seca do Nordeste. Graças a esta escolha de lentes e a invasão de novas cores, tenta-se dar a impressão de que Dora passa a olhar para o outro. Confrontada com o desconhecido, Dora não detém mais o poder sobre o destino das pessoas (mandar ou não as cartas). Ela passa a ser pouco a pouco transformada por este novo mundo e pelos personagens que encontra no caminho. Josué também começa a descobrir um outro universo. Para ele, a jornada é ainda mais emblemática; é o retorno à terra que não conheceu, o retorno a uma êtaca imaginada e desconhecida para ele.
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