A poucos dias da Copa, talvez num ato falho, Joana Havelange e Ronaldo entregaram o ouro. E se entregaram.
Ronaldo é membro do Comitê Organizador Local da Copa, o COL. É, portanto, parceirão da FIFA e da CBF.
Ronaldo disse: “O povo está traumatizado com os corruptos”.
Joana Havelange, diretora do mesmo COL, foi além. Compartilhou no Instagram a frase “o que tinha para ser roubado, já foi”.
Joana é filha de Ricardo Teixeira e neta de João Havelange.
Ronaldo é membro do COL, tem Neymar como cliente da sua agência e é comentarista na Tv Globo. Comenta as atuações do seu cliente, Neymar.
Ronaldo não enxerga conflito ético nas suas ações. Um dia ele disse: Ricardo Teixeira tem “duplo caráter”.
Ronaldo, agora, fala em “superfaturamento”. Isso três anos depois de dizer “não se faz Copa com hospital” enquanto apertava as mãos do “duplo caráter”.
Um ano e meio depois da inauguração de estádios ele “descobre” superfaturamento. Um raio nos gramados, o craque parece lento fora de campo.
Vai se tornando histórica a dificuldade de Ronaldo para perceber certas diferenças.
Já Joana Havelange parece desconhecer o seu mundo.
Ela não sabe por que o avô renunciou à presidência de honra da Fifa e à vaga no Comitê Olímpico Internacional?
Joana não sabe por que o pai, Ricardo Teixeira, teve que largar a CBF? E por que se “exilou” no lugarejo que, a propósito, se chama Boca Raton?
Joana não sabe que ambos, pai e avô, se viram obrigados a largar o osso depois de acusados de corrupção?
Numa sociedade de impunidade para quem tudo pode e têm, os erros, os desvios éticos são sempre “dos outros”.
Esse é um dos motivos para tanta hipocrisia e falta de simancol. O problema é quando, sob pressão, o inconsciente entrega o ouro
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