A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) promete "confinar" as torcidas organizadas nas próximas partidas realizadas no Mané Garrincha, em Brasília. A decisão se deu depois da briga entre torcedores de Vasco e Corinthians nas arquibancadas, além da confusão nos arredores do estádio entre torcedores de Flamengo x São Paulo, no dia 18 de agosto.
- Nossa mudança para os próximos jogos será que, quando essas torcidas se fizerem presentes no Distrito Federal, serão escoltadas e assistirão aos jogos confinadas. O nosso estádio é projetado dentro do contexto democrático, de festa. Existem torcidas que sentam e assistem ao jogo sem problema nenhum. Mas, infelizmente, torcidas com essas características de violência vão ter que ficar confinadas - afirmou o comandante-geral da PMDF, coronel Jooziel de Melo, em entrevista à TV Globo.Como o Estádio Mané Garrincha não conta com barreiras físicas para separação de torcidas, a ideia da polícia é fazer um cordão de isolamento com as tropas de choque. Medida semelhante já havia sido tomada na primeira partida do Campeonato Brasileiro realizada na Arena, entre Santos e Flamengo, no dia 26 de maio, quando integrantes das torcidas organizadas do time paulista ficaram cercados por policiais militares Em outros jogos com grande rivalidade realizados na arena, como Vasco e Flamengo, no dia 14 de julho, torcedores dos dois clubes foram direcionados para lados opostos na arquibancada superior (onde organizadas ficam posicionadas), deixando o público misturado apenas na parte inferior. A separação entre as torcidas era feita por filas de policiais militares e seguranças particulares.
No entanto, no jogo do último domingo, entre Vasco e Corinthians, foi liberado o público misto também na arquibancada superior, o que facilitou a ação dos torcedores organizados que entraram em confronto. No intervalo da partida, um grupo de corintianos aproveitou a ausência de barreiras e atravessou o estádio até o lado onde estavam posicionadas as organizadas do Vasco, iniciando a briga. Segundo a polícia, a separação das organizadas foi planejada seguindo Termo de Ajustamento de Conduta assinado por representantes das torcidas dos dois times antes do jogo, em reunião com o Ministério Público. No documento, os grupos se comprometiam a ocuparem apenas os locais reservados para eles nas arquibancadas.
- Tivemos uma ação extremamente eficiente. Estávamos nas proximidades e também trabalhando com Termo de Ajustamento de Conduta que foi tratado durante a semana com eles, e não cumpriram. Tínhamos um setor inteiro de cadeiras vazias que separava as torcidas. Quando eles começaram a avançar, a polícia fez a intervenção... Essa torcida é conhecida por sua violência. Observamos nas redes sociais que eles pediram para integrantes da própria torcida não trazerem crianças nem mulheres. Então, vieram com ânimo de brigar. Por isso, tínhamos policiamento nas proximidades - completou o coronel Jooziel.
Cerca de 800 policiais trabalharam no jogo, que contou também com a atuação de aproximadamente 300 seguranças particulares.
Suspeitos são soltos, e MP promete investigar
Após a confusão, quatro torcedores do Corinthians foram levados para a delegacia mais próxima do estádio, mas liberados rapidamente. De acordo com o delegado Lúcio Valente, os torcedores que iniciaram as agressões contra vascaínos não foram identificados.
O Ministério Público se comprometeu a analisar as imagens do confronto e poderá punir judicialmente os responsáveis.
- Vamos fazer a análise de tudo e adotar as medidas judiciais cabíveis em relação ao Estatuto do Torcedor, sem desprezar a possibilidade de proibição da presença destes torcedores nos futuros jogos - afirmou o promotor Nísio Tostes, em entrevista coletiva concedida depois do jogo.
Na briga, três PMs ficaram feridos, mas sem gravidade. Segundo a polícia, não foram feitos atendimentos médicos a torcedores.
- Tivemos, de maneira geral, três policiais feridos e dez atendimentos médicos feitos pelos bombeiros a pessoas que passaram mal, hipertensas. Normalmente, pessoas quando entram em conflito, torcidas que se dizem organizadas, elas não buscam atendimento porque precisam ser qualificadas. Eles evitam este tipo de atendimento. Inclusive, um policial tentou levar um dos rapazes que ficou sagrando para o atendimento, mas ele foi embora - informou o comandante da PMDF, Jooziel de Melo.
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